sexta-feira, novembro 28

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Mais um quiz bizarro... cortesia liquidgeneration

Morte dos blogs?

Em um recente artigo, John C. Dvorak previu a morte dos blogs.

Permita-me discordar. Alguns dos argumentos utilizados no artigo, embora válidos em essência, não se aplicam ao verdadeiro cerne da questão. Um deles é que a maioria dos blogs são abandonados no período de um ano.

Isto se aplica a muitos outros empreendimentos. A maioria das microempresas não resiste três anos, e nem por isso as pessoas deixam de investir em produção. Quase todas as pessoas que fazem dieta recuperam parte ou todo o peso perdido em 2 a 3 anos. No entanto, sempre existe uma moda nova, um remédio ou método milagroso que decepciona todo mundo.

Outro argumento é de que escrever cansa, dá trabalho. Verdade... sexo também, né? Não vou nem terminar o raciocínio. Escrever, para um ou outro doido, é uma forma de catarse, de descontar as frustrações do dia. Bloggar é uma espécie de autoconhecimento. Mas, para isso, precisa-se de estímulo. Quando o estímulo cessa, fazemos uma pausa, simplesmente por não precisar daquilo. Mas aí é que está a graça. Não há compromisso em se fazer um blog. Não temos prazo, limite ou chefe enchendo o saco. Se eu quiser ficar dois meses sem atualizar meu blog, não significa necessariamente que eu o abandonei. Eu posso ir e voltar quantas vezes quiser.

Explorado pela mídia, sim. Modismo? Em grande monta. Muita gente entrou no espírito blogueiro só para dizer que tinha um weblog, e por um processo de seleção quase automática, um ou outro se destaca. O que acontece é que nesse caso a coisa perde um pouco o sentido.

Escrever por escrever, sem pressão, é uma coisa. Mas a superexposição pode matar a vontade de escrever de um blogueiro. Embora sites como o brazileirapreta tenham morrido, isso não quer dizer que a moda passou ou que a revolução teve um fim. Na verdade, a graça no caso do blog é fazer parte do rebanho, estar no meio mas representando um papel só seu.

Outros, como o euhein foram comprados ou patrocinados por portais (o famoso Mainstream Media) e perdem um pouco o espírito aventureiro, ou se transformam em sites mais tradicionais.

O que não implica o fim de nada. Como impulso, o ato de escrever, produzir, se expor vai continuar. Evoluir, ocupar outros tipos de mídia. Escrever cansa? Tudo bem, tire uma foto com seu celular e mande para seu fotolog. Ou desenhe algo e coloque no deviantart.

É interessante que sempre que algo surge, cresce e ninguém entende direito como foi que aconteceu alguém se apressa em vaticinar a morte disto. Como será que isso ocorre? Imagino colunistas em sua reunião em um clube secreto, jogando pôquer e decidindo...

— E aí, vamos "matar" o quê, agora?
— Que tal o NGage?
— Fácil demais. Diz aí outra coisa...
— O Linux!
— Está doido? Era até uma boa, mas a SCO está fazendo palhaçada após palhaçada. Ninguém vai engolir essa.
— Já sei. Vamos matar os blogs.
— MMMm, olhe bem... você vai perder credibilidade.
— Nada disso, meu amigo... são alvos fáceis, não dão dinheiro e muita gente entrou nessa só por entrar...
— Sim, mas...
— Mas nada... vai ser isso mesmo.

Se eu estivesse presente na conversa...

— John, você tem filha?
— Tenho duas, uma crescida e uma adolescente.
— A adolescente tem um diário?
— Tem.
— A crescida teve diário?
— Teve.
— Ela abandonou o diário, certo?
— Ok.
— Isto impediu a sua outra filha mais nova de fazer um diário dela?
(sem resposta)

terça-feira, novembro 25

Mastercard

Alguém aí percebeu que na propaganda da Mastercard "5 vezes" eles passam o cartão na máquina de cabeça para baixo?

segunda-feira, novembro 24

N-Gage?

Ok, alguns diriam que é fácil chutar cachorro morto, mas vamos aos fatos. Se nada mudar, este vai ser o maior fracasso da Nokia de todos os tempos...

O N-Gage é um celular esperto como o próprio Nokia 7650N-Gage, rodando sistema operacional Symbian como os seus irmãos mas com uma vocação de videogame. Segundo a Nokia e seus press releases inflados de otimismo, revolucionará o mercado de jogos por ser um videogame portátil conectado, sem fios ainda por cima. Mas onde eles exageram no otimismo eu vejo uma boa idéia mal executada. Basta UM argumento para derrubar o que milhões de dólares em marketing e promoção querem empurrar goela abaixo: O preço. R$1500, mais do que um Playstation 2, X-Box ou GameCube (e a depender da promoção, sobra dinheiro para comprar um celular...)

Como se não bastasse, o código de proteção dos jogos dele foi quebrado com praticamente 1 semana de lançado. Downloads de todos os jogos atuais já estão disponíveis na rede edonkey ou em sites de bittorrent.

No entanto, a Nokia parece não ligar muito para isso, e continua marketeando o bichinho, apesar de vendas minúsculas - na semana de lançamento na Inglaterra, mercado ávido de soluções móveis, ele levou uma surra de 30 para 1 do Gameboy Advance. Nos EUA, a situação não foi diferente: 5 mil unidades vendidas na primeira semana, o que para um mercado de 135 milhões de usuários em telefonia móvel não é nada. Pior ainda se compararmos as vendas em outubro dos 4 consoles "ativos":

Playstation 2 - 300.000
Xbox - 176.000
GameCube - 254.000
Game Boy Advance - 401.000
(dados da NPD)

No Brasil, a situação vai ser pior ainda. Coloque um bicho desse por 1500 contos no mercado mais 250 cada joguinho extra, e você tem uma bomba sem tamanho. Sites como o Submarino estão promovendo o NGage com tudo o que podem, botam animação em flash na tela principal e o escambau. MP3 player! Telefone celular! Jogos! Rádio FM!

Tudo isso pelo preço de um computador novo. Ou - de novo - mais caro do que qualquer outro console à venda. Mais caro do que o Zire 71 (que toca MP3, tem jogos muito bons e câmera digital). Mais caro que um HP iPaq 1915. Mais caro do que a grande maioria dos smartphones com câmera. Mais caro do que um celular de boa qualidade e um Gameboy Advance, JUNTOS.

Fora a posição desconfortável de falar, que gerou gozações como o site sidetalkin.com.

Não me entendam mal. Eu sou um entusiasta de informática e aparelhos. Mas esse bicho NÃO VAI FUNCIONAR a não ser que abaixe para pelo menos 999 reais. E olha que para vender razoavelmente bem, seria mais interessante talvez mandar um 799 com contrato de 1 ano, por exemplo. Ora, se a Oi me vende um Siemens M50 por 99 reais, ela pode subsidiar um NGage para clientes mais "gastosos".

...só que, ironia, os clientes que mais gastam celular geralmente são "adultos" e não ligam muito para videogames.

Que sinuca de bico.

Shit happens

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