Concluída a análise da tela, vamos a um ponto que era relativamente desleixado nos Palms antigos: o som.
O alto-falante melhorou bastante, e se não é nenhum "acorda vizinho", tem um volume adequado. Faltou um alerta vibratório, já presente no M5xx, por exemplo. Outro detalhe é que os toques de alarme continuam o padrão. Para um mini computador que reproduz MP3, poderia ser melhor.
Mas tudo muda quando você encaixa um par de fones de ouvido. O som passa a ser estéreo e a qualidade de reprodução aumenta exponencialmente. MP3 a 192Kbps ficam com som de CD, são reproduzidos sem pulos nem chiados e em segundo plano, o que quer dizer: você abre o RealOne Mobile Player, começa a tocar a música e vai fazer algo, como ler um livro ou consultar a agenda ou mesmo um documento, e a música continua tocando. Se você deixar por mais de 1 minuto, a tela se apaga e o som continua.
Câmera digital
Parece que a vocação do Zire 71 é realmente a multimídia. Como se não bastasse a tela e o som melhorados, uma câmera digital decente acompanha o pacote, espertamente escondida atrás do corpo de alumínio. Deslizando a parte azul para cima, o obturador aparece, com uma lente de f2.8 (ou seja, rápida e precisa). Três opções de resolução: 640x480, 320x240 ou 160x120. Normalmente, você vai usar sempre a maior resolução, que é ótima para Web e impressões pequenas, até 9x12 ou 10x15, com boa vontade. Mas não espere uma ampliação do tamanho de uma folha A4. Abaixo, uma foto tirada com o Zire:
Comparando a qualidade das fotos com a Cybershot, ele perde - mas aí também é dose. Mas uma luta mais justa seria entre o Nokia 7650 e o Zire, e aí o Zire ganha. Verdade é, a Cybershot é excelente, mas eu não vou carregar uma câmera digital semiprofissional pra todo lado. Já o palm e o celular vão comigo pra quase qualquer canto.
Em relação ao uso, é bastante simples. Basta ativar o modo câmera, ou seja, deslizar a parte azul para cima que o Palm trava no modo câmera e o display fica praticamente todo usado para a visualização do assunto enquadrado. O foco é fixo e "pega" qualquer coisa a partir de 15 centímetros de distância. O controle de branco é automático, mas tem modos programados para luz do sol, fluorescente e fotos internas (i.e. dentro de casa) Ativando o modo fluorescente, ele corrige o efeito esverdeado. Não há flash, mas a lente rápida consegue um bom resultado mesmo em iluminação deficiente. Outra opção é a do datador, aqui tido como "carimbo de data". Eu dispenso - até porque é muito fácil colocar um texto qualquer depois, mesmo no MS Paint, sem estragar a imagem original.
Uma outra "dentro" da Palm: o ótimo Palm Photos, o programa que acompanha o Palm Desktop. Uma vez que a foto foi passada para o PC, temos as opções de cortar, girar e duas funções automáticas, a redução de olho vermelho (meio esquisito, pois olho vermelho é causado por flash, e não temos flash embutido) e aprimorar, que é equivalente ao Auto Levels do Photoshop (!!!) - ou seja, ele trabalha com histograma de cores e corrige alguns distúrbios/desvios, efetivamente melhorando a tonalidade de cor das fotos.
Sonic
Shining Force
Como temos um processador de 144Mhz (ao invés do 33Mhz do M130 e o mísero 16Mhz do Zire), sobra gás para coisinhas extras. Os jogos da Sega foram adaptados através de um emulador, ou seja, um programa que traduz jogos do Game Gear para o Palm, diretamente. Oldgamerz vão adorar :) Existe também a opção do Liberty, que é um emulador de Game Boy e tem o ArmZX que roda programas do antigo TK90X/TK95. Ê nostalgia...
Quanto aos aplicativos, a velocidade aumentou e MUITO. Os cálculos de planilhas ficaram quase que imediatos, a procura e a responsividade geral do sistema melhorou e até mesmo o acesso ao cartão de memória turbinou de vez.
Outro detalhe interessante é que aparentemente foi eliminada a necessidade de reset pelo botão. Se o sistema travar de vez, ele se reinicia automaticamente depois de um tempo. Quem tinha um Palm sabe o que é ficar preso na tela de reset e o palm travado, nem desliga. Se não tiver um clipe por perto, fica com ele ligado até cansar a bateria. Parece que este detalhe foi resolvido. O botão de reset ainda existe, pelo sim pelo não - escondido, perto da lente da câmera.
Talvez a única grande falha do pacote oferecido é a falta do Documents to Go. "Esquecido" para poupar custos, o aplicativo ganhou prêmios nas versões 4 e 5, inclusive formatando documentos melhor que o Pocket Word e Pocket Excel (ironia suprema). Vinha com o M130. Vem com os Tungsten. Chegou a vir com o Zire simples (!!!). Cadê, Palm?
Se você vai fazer um upgrade, tem direito de continuar a usando o programa, e o DtG 4 suporta parcialmente a alta resolução no Sheet to Go (Excel). Mas o DtG 5 é quem realmente brilha com a tela melhorada, inclusive suportando fontes como Times, Arial e Courier. O Sheet to Go introduz uma opção Zoom que permite ver mais informação na tela, essencial se você trabalha com uma planilha média, e a navegação entre as células fica intuitiva com o joystick.
Bem, fora esse detalhe, é um excelente pacote, e fica recomendado a todos.
sexta-feira, setembro 5
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