domingo, outubro 13

Um novo blog, velhas idéias...

O conteúdo antigo do blog que foi fechado por motivos, hum, técnicos, está nesse link. Se quiser visitá-lo, será interessante por razões históricas.

Eu desisti do blog antigo porque estava muito visado. Desde já, então aviso: o que eu escrevo nesta porqueira interessa a mim e a mim somente...

(afinal, that's what blogging is all about, isn't it?)

Falando sério. Preciso de espaço para minhas idéias, e não quero neguinho enchendo o saco fingindo que tem m3rda no koo pra k-gar, quando essa mesma m3rda encontra-se incrustada no cérebro, mas tão incrustada que não se faz diferença entre o que é massa cinzenta e massa marrom.

Por sinal, não são detestáveis, os pseudo-intelectuais?

Gente que não tem nada melhor pra fazer, e acha que vomitando Sartre, Marcel Proust e Trousseau vai ser melhor do que alguém.

...como se seguir fórmulas prontas fosse original...

...como se ser outsider fosse chique...

pois bem, se você quer ser assim, eu te dou a fórmula. Mas faça-me um favor, se pique daqui. Não quero essa gentalha no meu blog.

Então, without further ado, eu lhes apresento...

Como ser intelectual, cult e extremamente chato
(em poucas lições fáceis)


1, e regra áurea: vista preto.
2. Esqueça os conceitos de higiene.
3. Nunca, em hipótese alguma, sorria.
4. Discorra longamente sobre Ibsen, Sartre, Camus, Yorcenar...
5. ...mas não perca um capítulo de Presença de Anita. (sim, porque ser cult é ver o José Mayer comendo a Mel Lisboa, não sabia?)
6. Não precisa ler nada. Abra um livro dos grossos de filosofia e copie qualquer m3rda no seu blog.
7. Seja depressivo.

8. Seja anti-social. Sair com os amigos? Isso é coisa de babaca.
9. Vote nos candidatos mais esdrúxulos. Seu voto é de protesto.
10. Seja depressivo (já falei, mas não custa repetir).

Agora vamos discorrer sobre esse comportamento. Primeiramente, como não gosto de ordem nenhuma e como meu pensamento é completamente desorganizado (only way to live, baby), vamos direto pro 9.

Por que votar em candidato de governo e oposição? Pra quê exercer o talvez único direito realmente democrático que se tem nesse país? Pra ser responsável pelo futuro? Nããããão, isso nunca! Ao invés disso, vou escolher um candidato ridículo como o Da Luz (que se candidatou ao Governo de um Estado da Federação sem ter mostrado o rosto sequer uma vez na TV) ou o notório Enéas. Claro. Desperdice seu voto.

Pra esses, eu respondo com um nome.

Bertold Brecht.

Leia O Analfabeto Político. No original, se quiser. Não, eu não vou copiar ele no meu blog.

Porque eu não preciso.

Porque não vou descer ao mesmo nível da babaquice geral que é fingir ser cult.

...fingir ser cult e não perder um capítulo de Presença de Anita. Qual a verdade e coerência nisso? Mário Donato nunca foi um pensador clássico... Nem a história dele é tão original assim. Se ele tem um crédito, digamos que ele antecipou Nabokov em 8 anos. Mas o imaginário coletivo já tinha a idéia da Lolita, Anita, Putita, Cadelita ou Fudidita há cus (pra não dizer anos) atrás.

Amigos, pra quê amigos? Contato físico? Bleargh!

Sorrir? Quando o mundo está deprimido, as andorinhas voam à toa, mas o ser humano sofre porque pensa, e pensa que sofre.

Vão vos catar.

Todos vocês, pensadores de meia-tigela.

Cito quem quiser. Posso bem citar Roberta Miranda, dentro de contexto, e atingir o nervo de quem quiser.

Por que?

Não sigo fórmulas prontas. I follow no one.

O meu caminho sou eu quem trilho, e sou eu quem escolho as pedras por onde vou pisar. Como na propaganda de Uísque, eu somente keep walking. E sei que posso bem quebrar a cara. Mais de uma vez. Mas, no futuro, vou poder me orgulhar de, onde quer que eu vá, eu cheguei por meus próprios meios. E andei com as minhas pernas, ao invés de me apoiar em muletas arcaicas e já (mais do que) batidas.

Antes de continuar destilando meu ácido: eu não tenho nada contra os autores clássicos. São excelentes formas de analisar a natureza humana, tomados como ponto de partida para iniciar uma jornada de auto-conhecimento.

Mas não são um fim, per se.

O que me revolta (e com certeza eu não estou só nisso) é a generalização, a banalização da cultura neoclássica como forma de se atingir a superioridade sobre outra pessoa. Como se ter a oportunidade de ler Kafka aos 8 anos (como eu fiz, sem entender muita coisa, admito) me fizesse ser mais do que alguém que simplesmente viveu, jogou bola, nadou, ou sei lá o quê, nessa mesma idade.

Não desejo esfregar isso na cara de ninguém. Tive oportunidade de chegar onde cheguei estudando, admito. E acho que é a melhor forma. Mas isso não me torna melhor do que o próximo. Não me faz superior a você, leitor, nem a ninguém.

E eu ODEIO quem pensa isso.

Ser depressivo não é très chic. É PATOLÓGICO (não, não é a amiga da Madame Min). Ora, se somos seres sociais, geneticamente programados para nos agregar, proteger mutuamente, a vontade de se isolar não é apenas um contra-senso. É anti-natural.


Sabe qual o animal mais feliz do mundo?

A vaca.

Sério. Não tem que se preocupar com p.n., a não ser onde tem capim, onde vai defecar, e rumina o dia todo.

Pois bem, pastemos.

E sejamos felizes.

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