sexta-feira, fevereiro 11

Quem deixou o elefante na sala?

As melhores revoluções, e, sem dúvida, as mais perigosas, são as que acontecem na surdina.

Ao estilo mineirim, quietim, caladim.

Na área de comunicações, no Brasil, está para acontecer algo desse jeito. Ninguém percebe, ou melhor, ninguém dá atenção. A mídia nada noticia. Um ou outro clipping aqui e ali, mas nenhuma estatística, nada significante. Até que um baita elefante aparece na sala e ninguém sabe explicar direito como ele chegou lá.

Quem está colocando o elefante na sala somos nós.

E a revolução silenciosa de que eu falo é o VOIP.

VOIP?

Talvez você não conheça o VOIP por esse nome. Não tem problema, tem vários outros: Skype, Net2phone, MSN com voz, SIPPhone ou milhares de encarnações, mas o princípio é o mesmo: utilizar-se dos canais de dados da sua conexão à Internet para transmitir voz em tempo real, e em alguns casos, como o do Skype, ligar para telefones fixos, em qualquer lugar do mundo, com tarifas menores do que as cobradas pela sua operadora.

Não é brincadeira. Dá pra ligar de Roraima para o Rio Grande do Sul por 13 centavos por minuto, a qualquer hora do dia (0,044 Euro) - e se for ligação para o Rio ou São Paulo, sai mais barato - 8 centavos de Real para o Rio ou 6 centavos de Real para São Paulo. Quer dizer, dá pra falar 10 minutos e pagar 60 centavos. Com a vantagem de ser um serviço pré-pago, sem assinatura mensal, sem sustos na conta nem obrigações contratuais e serviços extras. Usou, pagou. Não usou, tá lá o crédito.

Empresas já estão aderindo em massa a essa tecnologia. Tudo bem, isso não muda o feijão-com-arroz das operadoras, que é a grande massa de usuários domésticos.

Ou muda?

Entram no esquema os telefones USB. São telefones que se parecem com telefones comuns, são ligados na porta USB de seu computador e transformam-se em receptores do Skype. Inclusive, tocam. Quer discar um número? Tire o fone do gancho e disque. Simples. Fácil de usar. Perigoso.

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