Conegui até bons resultados com 35mm; não sou de me gabar mas umas fotos me agradaram bastante...
Pavão no zoológico de Salvador
O fato é que as câmeras digitais acabam por acostumar mal os fotógrafos, amadores ou não. Não gostou? Apague, retoque, clique de novo. Com o filme não se tinha essa chance. Você deveria experimentar, tentar algo e depois esperar pela revelação e analisar os erros e acertos.
Philip Greenspun, do site photo.net foi quem disse: um filme de 36 poses ideal deve ter 35 fotos ruins. Isso prova que eu não tenho medo de experimentar. E uma foto boa. Isto prova que eu não sou completamente estúpido.
De fato, muitas fotos que eu considero pelo menos cativantes, ou chocantes (no sentido de obter a atenção do espectador) foram tiradas de idéias malucas, algo do tipo "nunca vai dar certo" e deu.
Isto não foi sem um custo. Investi tempo e dinheiro em filmes que nem se achavam aqui no Brasil (o melhor filme que já usei, por exemplo, foi um da Kodak Ultra, ISO 1000. Consequi tirar fotos à noite, sem flash, segurando a câmera e com a iluminação de míseros fogos de São João. E não saiu tremido). Claro que se eu procurar hoje eu acho um 1600 ou 3200, mas eu estava trabalhando dentro dos limites das minhas câmeras. SLR era um pouco caro para a época e para meu hobby, e eu não ia comprar uma zenith qualquer coisa só para ter uma reflex.
Brinquei também bastante com filmes preto e branco, levei tempo pra achar lugares que revelassem a preço bom e com qualidade aqui em Salvador. Uma opção marromenos foi usar os filmes C41 da Kodak, que permitem revelar os filmes nos minilabs normais. Outra opção que vai te dar resultados inesperados e extremamente artísticos é pegar filme de slide (Ektachrome 400 é uma boa pedida) e revelar no processo comum. As cores vão sair supersaturadas, o amarelo vai virar um branco pálido, o vermelho se enriquece... Um efeito praticamente impossível de se reproduzir com câmeras digitais devido à complexidade da alteração nas cores.
Bem, mas a verdade é que o mercado digital veio pra ficar e provavelmente vai virar maioria em breve. Na minha última viagem para Praia do Forte, em novembro passado, era mais fácil ver câmeras digitais do que regulares. A base instalada de câmeras 35mm e APS é grande, mas com câmeras batendo na porta dos 800 reais, a classe média alta começa a ponderar o custo-benefício de se gastar depois com filme (sem lembrar do custo absurdo de um cartucho de impressoras a jato de tinta).
Um dos reflexos já foi sentido de cara, e pesado: a Polaroid praticamente fechou as portas. O mercado dela (basicamente, novidadeiros, imediatistas e pornógrafos amadores) foi englobado pelo digital. Na verdade, a Polaroid hoje fabrica digitais. Can't beat them, join them.
Projeções afirmam que de cada 3 câmeras vendidas no mundo em 2006, 2 serão digitais.
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