Pra diferenciar, um artigo sobre genoma humano e proteína infectante! How's that for a change?
Primeiro, let's set the mood... hoje tá um calorão. Salvador é phoda!!!! Xô ligar o ar...
AAAAAAAAAAAH much better...
Um amigo disse hoje, "projeto Genoma é para nós o que os atlas de Anatomia foram para a cirurgia atual", ou seja, o M1A1, o básico. NINGUÉM sabe ainda o que fazer com tanta informação decodificada, e como aplicar isso na Medicina atual, uma vez que não há como se alterar o genoma de uma pessoa adulta --- da mesma forma que, em 1800 e lá vai fumaça não existia meio de se suturar uma perfuração de estômago, por exemplo, ou se extrair um pâncreas (bem, ter até tinha, mas o negócio era o paciente sair vivo dessa. Anestesia? O que era isso?).
Hoje a gente descobre o que está errado no genoma de uma pessoa, mas e pra corrigir isso? Como se altera? Não dá, ainda.
Veja bem....
... a gente acha progresso nas piores coisas. Não fosse um laboratório mofado, os antibióticos não existiriam.
E talvez a chave para a terapia genética esteja num mal pouco conhecido, apesar de fazer certo sucesso na mídia:
"O Mal da Vaca Louca"
Sério. Esse Mal, conhecido como encefalopatia espongiforme bovina, com nomes variantes como Síndrome de Creutzfeld-Jacob, scrapie (no caso de carneiro), Kuru (gerada por canibalismo) ou simplesmente MCD (Mad Cow Disease, literalmente o nome popular em inglês), é gerada por um prion, que quer dizer "proteína infectante".
E o que isso tem a ver com terapia genética?
Vejamos: para chegar nesa conclusão, vamos a uma breve explicação do que é um prion e porque ele é tão interessante, apesar de causar prejuízos para produtores de gado na Inglaterra. E pra chegar no prion, vamos falar de primos mais famosos, os vírus DNA, ou simplesmente "vírus", e os vírus RNA, ou "retrovírus"
"Retrovírus? Eu já ouvi falar disso!" Claro, o mais famoso retrovírus é o HIV, que causa a imunodeficiência humana adquirida, também conhecida pela alcunha de AIDS. Coisinha fofa, ele, não?
Mas voltando ao tópico. Basicamente, e BEM basicamente, a família de vírus se divide em duas, a dos vírus DNA e dos retrovírus, ou RNA.
DNA é a base do genoma de qualquer espécie. A partir do DNA forma-se RNA, que vai gerar proteínas que vão fazer "coisas" acontecerem.
Um vírus DNA, quando infecta uma célula hospedeira, injeta seu material genético na célula, que se funde com o próprio material genético e inicia o processo de replicação. Básico, simples.
Um vírus RNA precisa de uma ajuda. Veja bem, o processo é sempre esse: DNA gera um mRNA ou RNA "mensageiro", que vai instruir o complexo ribossomal das células a captar aminoácidos, gerando proteínas, e no caso do vírus, o próprio DNA do bichinho, além do capsídio (o "envelope", ou "armadura" do vírus). Então, para um RNA se meter nesse meio, ele TEM QUE virar DNA. Daí a necessidade de uma enzima, chamada de transcriptase reversa, que vai inverter essa parte do ciclo, transformando o RNA viral em DNA compatível com o da célula, e o processo se repete.
Inclusive, o AZT, ou zidovudina, nada mais é do que um inibidor, ou seja, atrapalha a ação dessa enzima, a transcriptase reversa, impedindo, pelo menos temporariamente, que o vírus da AIDS se replique. Não é tão simples, pois os retrovírus sofrem muita mutação nesse vai e vem de RNA, DNA, mRNA e etcetera, então a própria transcriptase reversa sofre mutação e fica imune ao AZT, e a infestação continua.
Confuso?
Agora é que a vaca vai pro brejo!!! (desculpe... trocadilho infeliz...)
No caso de prion, o buraco é mais embaixo. O prion não tem DNA nem RNA. Ele simplesmente é uma proteína, ou seja, um subproduto que inverte TODA a sequência até chegar no DNA. COMO? Ninguém sabe ao certo. O que se sabe sobre eles é que são incuráveis, contagiosos, mas não têm material genético explícito neles. Como o prion vira RNA e depois DNA, ninguém sabe...
... e aí pode estar o segredo da terapia genética. Pesquisando e desvendando o mecanismo de replicação do prion, nós poderíamos, com tecnologia atual, gerar uma proteína semelhante que curasse males genéticos como o diabetes juvenil, vários tipos de câncer e leucemias, doenças como a síndrome de Down e o mal de Parkinson. E isso só pra ficar no "útil". Na parte "fútil", poderíamos tomar um comprimido que mudaria a cor dos olhos ou do cabelo, afinasse o nariz, coisinhas do gênero. Ou seja, seria o Viagra da Cirurgia Plástica.
quarta-feira, dezembro 11
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